4.1 Partições
São divisões existentes no disco rígido que marcam onde começa onde termina um sistema de arquivos. As partições nos permitem usar mais de um sistema operacional no mesmo computador (como oGNU/Linux,
Windows e DOS), ou dividir o disco rígido em uma ou
mais partes para ser usado por um único sistema operacional ou até mesmo por
diferentes arquiteturas (32 e 64 bits).4.2 Formatando Pen-drives/Disquetes
As subseções seguintes explicarão maneiras de formatar seu pen-drive, memória flash, e outras tecnologias (incluindo disquetes) para serem usados noGNU/Linux e DOS/Windows.
4.2.1 Formatando pen-drives para serem usados no Linux
Para formatar pen-drives para serem usados noGNU/Linux use o
comando:
mkfs.ext2 [-c] [/dev/sde1]
Em alguns sistemas você deve usar
mke2fs no lugar de
mkfs.ext2.  A opção -c faz com que o
mkfs.ext2 procure por blocos danificados no pen-drive.  Caso
deseje formatar um disquete, especifique o dispositivo /dev/fd0 ao
inves de /dev/sdb1.
Note que o nome de dispositivo que é conectado varia de acordo com o sistema e quantidade de discos rígidos que sua máquina possui portanto tenha ATENCÃO para não formatar o dispositivo incorreto (que pode ser justamente seu disco disco rígido principal). Para maior segurança, ao identificar o pen-drive, digite dmesg ao conectar o pen-drive para visualizar o dispositivo correto ou fique atento as mensagens do console que mostrará o dispositivo que foi associado ao pen-drive.
OBS: Este comando cria um sistema de arquivos ext2 no pen-drive e permite usar características como permissões de acesso e outras. Isto também faz com que o pen-drive NÃO possa ser lido pelo
DOS/Windows.Exemplo: mkfs.ext2 -c /dev/sde1
4.2.2 Formatando pen-drives compatíveis com o Windows
A formatação de pen-drives para serem usados noWindows é feita
usando o comando mkfs.msdos que é geralmente incluído no pacote
dosfstools.  O mkfs.msdos permite tanto a criação de
sistemas de arquivos FAT16 ou FAT32.
mkfs.msdos [opções] [dispositivo]
- dispositivo
- 
Pen-drive que será formatado.  Normalmente /dev/sdb1(dependendo do dispositivo detectado via comando dmesg).
 
- opções
- -F [num]
- 
Especifica o tipo de FAT que será usado na formatação.  Podem ser usados os
valores 12 (para formatação usando FAT12, limitado a 12MB), 16 (para formatação
usando FAT16, limitado a 2Gb) e 32 (para formatação FAT32, limitado a 128Gb).
 
- -n [nome]
- 
Atribui o [nome] de volume ao dispositivo.
 
- -c
- 
Faz uma pesquisa por bad blocks antes da criação do sistema de arquivos no
dispositivo.  Os setores defeituosos encontrados serão automaticamente marcados
para não serem utilizadas.
 
Segue abaixo exemplos de como formatar seu pen-drive
mkfs.msdos:
- 
mkfs.msdos /dev/sdc1 - Formata o pen-drive no terceiro dispositivo
SCSI Genérico, como FAT32 e usando os valores padrões.
 
- 
mkfs.msdos -F 16 /dev/sdc1 - Faz a mesma coisa que o acima, mas
formata o pen-drive como FAT16.
 
- mkfs.msdos -n teste -F 16 /dev/sdc1 - Formata o pen-drive no terceiro dispositivo SCSI genérico, como FAT16 e cria o nome de volume teste.
4.3 Pontos de Montagem
OGNU/Linux acessa as partições existente em seus discos rígidos e
disquetes através de diretórios.  Os diretórios que são usados para acessar
(montar) partições são chamados de Pontos de Montagem.  Para detalhes
sobre montagem de partições, veja Montando
(acessando) uma partição de disco.
No
DOS cada letra de unidade (C:, D:, E:) identifica uma partição
de disco, no GNU/Linux os pontos de montagem fazem parte da grande
estrutura do sistema de arquivos raiz.
4.4 Identificação de discos e partições em sistemas Linux
NoGNU/Linux, os dispositivos existentes em seu computador (como
discos rígidos, pen-drives, flash, disquetes, tela, portas de impressora,
modem, etc) são identificados por um arquivo referente a este dispositivo no
diretório /dev.
A identificação de discos rígidos no
GNU/Linux é feita da seguinte
forma:
     /dev/sda1
     |    | ||
     |    | ||_Número que identifica o número da partição no disco rígido.
     |    | |
     |    | |_Letra que identifica o disco rígido (a=primeiro, b=segundo, etc...).
     |    |
     |    |_Sigla que identifica o tipo do disco rígido (sd=SATA/SCSI, sd=IDE, xt=MFM).
     |
     |_Diretório onde são armazenados os dispositivos existentes no sistema.
Abaixo algumas identificações de discos e partições em sistemas Linux:
- 
/dev/fd0 - Primeira unidade de disquetes.
 
- 
/dev/fd1 - Segunda unidade de disquetes.
 
- 
/dev/sda - Primeiro disco rígido na primeira controladora SATA
ou SCSI.
 
- 
/dev/sda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido SATA
ou.
 
- 
/dev/sdb - Segundo disco rígido na primeira controladora SATA ou
SCSI.
 
- 
/dev/sdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido SATA ou
SCSI.
 
- 
/dev/sr0 - Primeiro CD-ROM SATA ou SCSI.
 
- 
/dev/sr1 - Segundo CD-ROM SATA ou SCSI.
 
- 
/dev/hda - Primeiro disco rígido na primeira controladora IDE do
micro (primary master).
 
- 
/dev/hda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido
IDE.
 
- 
/dev/hdb - Segundo disco rígido na primeira controladora IDE do
micro (primary slave).
 
- 
/dev/hdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido
IDE.
 
- 
/dev/xda - Primeiro disco rígido XT.
 
- 
/dev/xdb - Segundo disco rígido XT.
 
É importante entender como os discos e partições são identificados no sistema, pois será necessário usar os parâmetros corretos para monta-los.
4.5 Montando (acessando) uma partição de disco
Você pode acessar uma partição de disco usando o comandomount.
mount [dispositivo] [ponto de montagem] [opções]
Onde:
- dispositivo
- 
Identificação da unidade de disco/partição que deseja acessar (como
/dev/hda1 (disco rígido) ou /dev/fd0 (primeira
unidade de disquetes).
 
- ponto de montagem
- 
Diretório de onde a unidade de disco/partição será acessado.  O
diretório deve estar vazio para montagem de um sistema de arquivo.  Normalmente
é usado o diretório /mntpara armazenamento de pontos de montagem temporários.
 
- -t [tipo]
- 
Tipo do sistema de arquivos usado pelo dispositivo.  São aceitos os
sistemas de arquivos:
 - 
ext2 - Para partições GNU/Linuxusando o Extended File System versão 2 (a mais comum).
 
- 
ext3 - Para partições GNU/Linuxusando o Extended File System versão 3, com suporte a journaling.
 
- 
ext4 - Para partições GNU/Linuxusando o Extended File System versão 4, com suporte a journaling.
 
- 
reiserfs - Para partições reiserfs, com suporte a journaling.
 
- 
xfs - Para partições xfs, com suporte a journaling.
 
- 
vfat - Para partições Windows 95que utilizam nomes extensos de arquivos e diretórios.
 
- 
msdos - Para partições DOSnormais.
 
- 
iso9660 - Para montar unidades de CD-ROM. É o padrão.
 
 mountutilizará a auto-detecção e montará a partição usando o sistema de arquivos correto. Para mais detalhes sobre opções usadas com cada sistema de arquivos, veja a página de manual mount.
 
- 
ext2 - Para partições 
- -r
- 
Caso for especificada, monta a partição somente para leitura.
 
- -w
- 
Caso for especificada, monta a partição como leitura/gravação.  É o padrão.
 
mount, mas aqui procurei somente mostrar o básico para
"montar" seus discos e partições no GNU/Linux.  Caso você digitar
mount sem parâmetros, serão mostrados os sistemas de arquivos
atualmente montados no sistema.  Esta mesma listagem pode ser vista em
/etc/mtab.  A remontagem de partição também é muito útil,
especialmente após reparos nos sistema de arquivos do disco rígido.  Veja
alguns exemplos de remontagem abaixo.
É necessário permissões de root para montar partições.
Exemplo de Montagem:
- 
Montar uma partição Windows (vfat) de /dev/sda1em/mntsomente para leitura: mount /dev/sda1 /mnt -r -t vfat
 
- 
Montar um pen-drive detectado em /dev/sdc1em/mnt:
 mount /dev/sdc1 /mnt -t vfat
 
- 
Montar uma partição DOS localizada em um segundo disco rígido
/dev/hdb1em/mnt:
 mount /dev/hdb1 /mnt -t msdos.
 
- 
Remontar a partição raíz como somente leitura: mount -o remount,ro
/
 
- 
Remontar a partição raíz como leitura/gravação (a opção -n é usada
porque o mountnão conseguirá atualizar o arquivo/etc/mtabdevido ao sistema de arquivos/estar montado como somente leitura atualmente: mount -n -o remount,rw /.
 
4.5.1 fstab
O arquivo/etc/fstab permite que as partições do sistema sejam
montadas facilmente especificando somente o dispositivo ou o ponto de montagem.
Este arquivo contém parâmetros sobre as partições que são lidos pelo comando
mount.  Cada linha deste arquivo contém a partição que desejamos
montar, o ponto de montagem, o sistema de arquivos usado pela partição e outras
opções.  fstab tem a seguinte forma:
     Sistema_de_arquivos Ponto_de_Montagem Tipo    Opções           dump ordem
     /dev/sda1           /                 ext3    defaults           0    1
     /dev/sda2           /boot             ext3    defaults           0    2
     /dev/sda3           /dos              msdos   defaults,noauto,rw 0    0
     /dev/hdg            /cdrom            iso9660 defaults,noauto    0    0
Onde:
- Sistema de Arquivos
- 
Partição que deseja montar.
 
- Ponto de montagem
- 
Diretório do GNU/Linuxonde a partição montada será acessada.
 
- Tipo
- 
Tipo de sistema de arquivos usado na partição que será montada.  Para partições
GNU/Linuxuse ext3, reiserfs, xfs (de acordo com o tipo de partição selecionada durante a formatação), para partiçõesDOS(sem nomes extensos de arquivos) use msdos, para partiçõesWin 95(com suporte a nomes extensos de arquivos) use vfat, para unidades de CD-ROM use iso9660.
 
- Opções
- 
Especifica as opções usadas com o sistema de arquivos.  Abaixo, algumas opções
de montagem para ext2/3/4 (a lista completa pode ser encontrada na página de
manual do mount):
 - 
defaults - Utiliza valores padrões de montagem.
 
- 
noauto - Não monta os sistemas de arquivos durante a inicialização
(útil para CD-ROMS e disquetes).
 
- 
ro - Monta como somente leitura.
 
- 
user - Permite que usuários montem o sistema de arquivos (não
recomendado por motivos de segurança).
 
- 
sync é recomendado para uso com discos removíveis (disquetes, zip
drives, nfs, etc) para que os dados sejam gravados imediatamente na unidade
(caso não seja usada, você deve usar o comando sync, Seção 8.22 antes de retirar o
disquete da unidade.
 
 
- 
defaults - Utiliza valores padrões de montagem.
- dump
- 
Especifica a frequência de backup feita com o programa dumpno sistema de arquivos. 0 desativa o backup.
 
- Ordem
- 
Define a ordem que os sistemas de arquivos serão verificados na inicialização
do sistema.  Se usar 0, o sistema de arquivos não é verificado.  O sistema de
arquivos raíz que deverá ser verificado primeiro é o raíz "/" .
 
/etc/fstab, basta digitar o comando mount
/dev/hdg ou mount /cdrom para que a unidade de CD-ROM seja
montada.  Você deve ter notado que não é necessário especificar o sistema de
arquivos da partição pois o mount verificará se ele já existe no
/etc/fstab e caso existir, usará as opções especificadas neste
arquivo.  Para maiores detalhes veja as páginas de manual fstab e
mount.4.6 Desmontando uma partição de disco
Utilize o comandoumount para desmontar um sistema de arquivos que
foi montado com o mount.  Você deve ter permissões de root para
desmontar uma partição.
umount [dispositivo/ponto de montagem]
Você pode tanto usar umount /dev/sda1 como umount /mnt para desmontar um sistema de arquivos
/dev/sda1
montado em /mnt.
Observação: O comando
umount executa o sync
automaticamente no momento da desmontagem, para garantir que todos os dados
ainda em memória RAM sejam salvos.Fonte: Foca GNU/Linux
