terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Discos e Partições

4.1 Partições

São divisões existentes no disco rígido que marcam onde começa onde termina um sistema de arquivos. As partições nos permitem usar mais de um sistema operacional no mesmo computador (como o GNU/Linux, Windows e DOS), ou dividir o disco rígido em uma ou mais partes para ser usado por um único sistema operacional ou até mesmo por diferentes arquiteturas (32 e 64 bits).
 

4.2 Formatando Pen-drives/Disquetes

As subseções seguintes explicarão maneiras de formatar seu pen-drive, memória flash, e outras tecnologias (incluindo disquetes) para serem usados no GNU/Linux e DOS/Windows.

4.2.1 Formatando pen-drives para serem usados no Linux

Para formatar pen-drives para serem usados no GNU/Linux use o comando:
mkfs.ext2 [-c] [/dev/sde1]
Em alguns sistemas você deve usar mke2fs no lugar de mkfs.ext2. A opção -c faz com que o mkfs.ext2 procure por blocos danificados no pen-drive. Caso deseje formatar um disquete, especifique o dispositivo /dev/fd0 ao inves de /dev/sdb1.
Note que o nome de dispositivo que é conectado varia de acordo com o sistema e quantidade de discos rígidos que sua máquina possui portanto tenha ATENCÃO para não formatar o dispositivo incorreto (que pode ser justamente seu disco disco rígido principal). Para maior segurança, ao identificar o pen-drive, digite dmesg ao conectar o pen-drive para visualizar o dispositivo correto ou fique atento as mensagens do console que mostrará o dispositivo que foi associado ao pen-drive.
OBS: Este comando cria um sistema de arquivos ext2 no pen-drive e permite usar características como permissões de acesso e outras. Isto também faz com que o pen-drive NÃO possa ser lido pelo DOS/Windows.
Exemplo: mkfs.ext2 -c /dev/sde1
 

4.2.2 Formatando pen-drives compatíveis com o Windows

A formatação de pen-drives para serem usados no Windows é feita usando o comando mkfs.msdos que é geralmente incluído no pacote dosfstools. O mkfs.msdos permite tanto a criação de sistemas de arquivos FAT16 ou FAT32.
mkfs.msdos [opções] [dispositivo]
dispositivo
Pen-drive que será formatado. Normalmente /dev/sdb1 (dependendo do dispositivo detectado via comando dmesg).
opções
-F [num]
Especifica o tipo de FAT que será usado na formatação. Podem ser usados os valores 12 (para formatação usando FAT12, limitado a 12MB), 16 (para formatação usando FAT16, limitado a 2Gb) e 32 (para formatação FAT32, limitado a 128Gb).
-n [nome]
Atribui o [nome] de volume ao dispositivo.
-c
Faz uma pesquisa por bad blocks antes da criação do sistema de arquivos no dispositivo. Os setores defeituosos encontrados serão automaticamente marcados para não serem utilizadas.
Note que não se deve montar o pen-driv / disquete para formata-lo.
Segue abaixo exemplos de como formatar seu pen-drive mkfs.msdos:
  • mkfs.msdos /dev/sdc1 - Formata o pen-drive no terceiro dispositivo SCSI Genérico, como FAT32 e usando os valores padrões.
  • mkfs.msdos -F 16 /dev/sdc1 - Faz a mesma coisa que o acima, mas formata o pen-drive como FAT16.
  • mkfs.msdos -n teste -F 16 /dev/sdc1 - Formata o pen-drive no terceiro dispositivo SCSI genérico, como FAT16 e cria o nome de volume teste.

4.3 Pontos de Montagem

O GNU/Linux acessa as partições existente em seus discos rígidos e disquetes através de diretórios. Os diretórios que são usados para acessar (montar) partições são chamados de Pontos de Montagem. Para detalhes sobre montagem de partições, veja Montando (acessando) uma partição de disco.
No DOS cada letra de unidade (C:, D:, E:) identifica uma partição de disco, no GNU/Linux os pontos de montagem fazem parte da grande estrutura do sistema de arquivos raiz.
 

4.4 Identificação de discos e partições em sistemas Linux

No GNU/Linux, os dispositivos existentes em seu computador (como discos rígidos, pen-drives, flash, disquetes, tela, portas de impressora, modem, etc) são identificados por um arquivo referente a este dispositivo no diretório /dev.
A identificação de discos rígidos no GNU/Linux é feita da seguinte forma:
     /dev/sda1
     |    | ||
     |    | ||_Número que identifica o número da partição no disco rígido.
     |    | |
     |    | |_Letra que identifica o disco rígido (a=primeiro, b=segundo, etc...).
     |    |
     |    |_Sigla que identifica o tipo do disco rígido (sd=SATA/SCSI, sd=IDE, xt=MFM).
     |
     |_Diretório onde são armazenados os dispositivos existentes no sistema.
Abaixo algumas identificações de discos e partições em sistemas Linux:
  • /dev/fd0 - Primeira unidade de disquetes.
  • /dev/fd1 - Segunda unidade de disquetes.
  • /dev/sda - Primeiro disco rígido na primeira controladora SATA ou SCSI.
  • /dev/sda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido SATA ou.
  • /dev/sdb - Segundo disco rígido na primeira controladora SATA ou SCSI.
  • /dev/sdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido SATA ou SCSI.
  • /dev/sr0 - Primeiro CD-ROM SATA ou SCSI.
  • /dev/sr1 - Segundo CD-ROM SATA ou SCSI.
  • /dev/hda - Primeiro disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary master).
  • /dev/hda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido IDE.
  • /dev/hdb - Segundo disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary slave).
  • /dev/hdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido IDE.
  • /dev/xda - Primeiro disco rígido XT.
  • /dev/xdb - Segundo disco rígido XT.
As letras de identificação de discos rígidos podem ir além de sdb, por exemplo, caso utilize pen-drives, memória flash, as unidades serão detectadas como sdc, sdd e assim por diante.
É importante entender como os discos e partições são identificados no sistema, pois será necessário usar os parâmetros corretos para monta-los.

4.5 Montando (acessando) uma partição de disco

Você pode acessar uma partição de disco usando o comando mount.
mount [dispositivo] [ponto de montagem] [opções]
Onde:
dispositivo
Identificação da unidade de disco/partição que deseja acessar (como /dev/hda1 (disco rígido) ou /dev/fd0 (primeira unidade de disquetes).
ponto de montagem
Diretório de onde a unidade de disco/partição será acessado. O diretório deve estar vazio para montagem de um sistema de arquivo. Normalmente é usado o diretório /mnt para armazenamento de pontos de montagem temporários.
-t [tipo]
Tipo do sistema de arquivos usado pelo dispositivo. São aceitos os sistemas de arquivos:
  • ext2 - Para partições GNU/Linux usando o Extended File System versão 2 (a mais comum).
  • ext3 - Para partições GNU/Linux usando o Extended File System versão 3, com suporte a journaling.
  • ext4 - Para partições GNU/Linux usando o Extended File System versão 4, com suporte a journaling.
  • reiserfs - Para partições reiserfs, com suporte a journaling.
  • xfs - Para partições xfs, com suporte a journaling.
  • vfat - Para partições Windows 95 que utilizam nomes extensos de arquivos e diretórios.
  • msdos - Para partições DOS normais.
  • iso9660 - Para montar unidades de CD-ROM. É o padrão.
Na maioria das vezes, caso o sistema de arquivos não seja especificado, o mount utilizará a auto-detecção e montará a partição usando o sistema de arquivos correto. Para mais detalhes sobre opções usadas com cada sistema de arquivos, veja a página de manual mount.
-r
Caso for especificada, monta a partição somente para leitura.
-w
Caso for especificada, monta a partição como leitura/gravação. É o padrão.
Existem muitas outras opções que podem ser usadas com o comando mount, mas aqui procurei somente mostrar o básico para "montar" seus discos e partições no GNU/Linux. Caso você digitar mount sem parâmetros, serão mostrados os sistemas de arquivos atualmente montados no sistema. Esta mesma listagem pode ser vista em /etc/mtab. A remontagem de partição também é muito útil, especialmente após reparos nos sistema de arquivos do disco rígido. Veja alguns exemplos de remontagem abaixo.
É necessário permissões de root para montar partições.
Exemplo de Montagem:
  • Montar uma partição Windows (vfat) de /dev/sda1 em /mnt somente para leitura: mount /dev/sda1 /mnt -r -t vfat
  • Montar um pen-drive detectado em /dev/sdc1 em /mnt:
    mount /dev/sdc1 /mnt -t vfat
  • Montar uma partição DOS localizada em um segundo disco rígido /dev/hdb1 em /mnt:  
    mount /dev/hdb1 /mnt -t msdos.
  • Remontar a partição raíz como somente leitura: mount -o remount,ro /
  • Remontar a partição raíz como leitura/gravação (a opção -n é usada porque o mount não conseguirá atualizar o arquivo /etc/mtab devido ao sistema de arquivos / estar montado como somente leitura atualmente: mount -n -o remount,rw /.

4.5.1 fstab

O arquivo /etc/fstab permite que as partições do sistema sejam montadas facilmente especificando somente o dispositivo ou o ponto de montagem. Este arquivo contém parâmetros sobre as partições que são lidos pelo comando mount. Cada linha deste arquivo contém a partição que desejamos montar, o ponto de montagem, o sistema de arquivos usado pela partição e outras opções. fstab tem a seguinte forma:
     Sistema_de_arquivos Ponto_de_Montagem Tipo    Opções           dump ordem
     /dev/sda1           /                 ext3    defaults           0    1
     /dev/sda2           /boot             ext3    defaults           0    2
     /dev/sda3           /dos              msdos   defaults,noauto,rw 0    0
     /dev/hdg            /cdrom            iso9660 defaults,noauto    0    0
Onde:
Sistema de Arquivos
Partição que deseja montar.
Ponto de montagem
Diretório do GNU/Linux onde a partição montada será acessada.
Tipo
Tipo de sistema de arquivos usado na partição que será montada. Para partições GNU/Linux use ext3, reiserfs, xfs (de acordo com o tipo de partição selecionada durante a formatação), para partições DOS (sem nomes extensos de arquivos) use msdos, para partições Win 95 (com suporte a nomes extensos de arquivos) use vfat, para unidades de CD-ROM use iso9660.
Opções
Especifica as opções usadas com o sistema de arquivos. Abaixo, algumas opções de montagem para ext2/3/4 (a lista completa pode ser encontrada na página de manual do mount):
  • defaults - Utiliza valores padrões de montagem.
  • noauto - Não monta os sistemas de arquivos durante a inicialização (útil para CD-ROMS e disquetes).
  • ro - Monta como somente leitura.
  • user - Permite que usuários montem o sistema de arquivos (não recomendado por motivos de segurança).
  • sync é recomendado para uso com discos removíveis (disquetes, zip drives, nfs, etc) para que os dados sejam gravados imediatamente na unidade (caso não seja usada, você deve usar o comando sync, Seção 8.22 antes de retirar o disquete da unidade.
dump
Especifica a frequência de backup feita com o programa dump no sistema de arquivos. 0 desativa o backup.
Ordem
Define a ordem que os sistemas de arquivos serão verificados na inicialização do sistema. Se usar 0, o sistema de arquivos não é verificado. O sistema de arquivos raíz que deverá ser verificado primeiro é o raíz "/" .
Após configurar o /etc/fstab, basta digitar o comando mount /dev/hdg ou mount /cdrom para que a unidade de CD-ROM seja montada. Você deve ter notado que não é necessário especificar o sistema de arquivos da partição pois o mount verificará se ele já existe no /etc/fstab e caso existir, usará as opções especificadas neste arquivo. Para maiores detalhes veja as páginas de manual fstab e mount.

4.6 Desmontando uma partição de disco

Utilize o comando umount para desmontar um sistema de arquivos que foi montado com o mount. Você deve ter permissões de root para desmontar uma partição.
umount [dispositivo/ponto de montagem]
Você pode tanto usar umount /dev/sda1 como umount /mnt para desmontar um sistema de arquivos /dev/sda1 montado em /mnt.
Observação: O comando umount executa o sync automaticamente no momento da desmontagem, para garantir que todos os dados ainda em memória RAM sejam salvos.

Fonte: Foca GNU/Linux 

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